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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Disse que me disse - Julifest Itabirito




O Julifest é uma festa local que completa 20 anos em 2010. Começou como um pequeno evento em frente à prefeitura, mas cresceu e passou a ser realizada em espaços cada vez mais amplos. Com esse crescimento, as barraquinhas do comércio deram lugar a "casinhas" feitas de material simples, como barro, bamboo, palha, tijolo, madeira...





Esses exemplos de arquitetura efêmera ajudaram a festa a criar uma identidade e, logo, se tornar uma tradição local.






A igrejinha, até então única edificação que permite interação total dos participantes, serve a outros propósitos distintos dos tradicionais em espaço semelhante, já que é temporária e não é vista como um templo real. Nela, as pessoas entram para descansar, sentar para bater um papo ou algo assim.



A próxima Julifest acontecerá nos dias 8, 9, 10, 11 de julho.

Enchentes: Previnir é melhor que remediar - Revista Manuelzão 48

A várzea dos rios é geralmente ocupada sem autorização legal. Quando chega a época da cheia, inundações seguidas de tragédias são consequências certas. Nesse momento coloca-se a culpa dos acontecidos no governo, o qual certamente não é inocente. Ele deveria garantir que as áreas de risco não fossem ocupadas, o que nem sempre faz. Entretanto, quando tenta desocupar essas regiões enfrenta alta resistência de pessoas que pensam em medidas de interferência no rio como solução.


Tais medidas geram agravamentos da situação, mas aquelas que respeitam o curso d'água e buscam soluções através de seu entendimento tendem a gerar resultados positivos. A implantação de um sistema de monitoramento da bacia. Assim, a comunicação pode reduzir os efeitos do problema de ocupação irregular de margem de rios.

Para reduzir o problema de maneira realmente satisfatória, entretanto, o planejamento urbano deve levar tal fator em consideração

RECEITAS - COMO OCUPAR UMA VAGA DE CARRO



Intervenção da turma

(mobiliário)

- 2 portas dianteiras
- 1 porta traseira
- 1 capô
- 5 pneus
- 4 rodas
- 1 volante
- 2 para-choques
- 4 tapetes
- 4 bancos de carro

(churrasco)

- 3kg de picanha
- 3kg de alcatra
- 4kg de asa de frango
- 3kg de linguiça tropeira
- 9kg de carvão vegetal
- sal grosso
- 4 espetos
- cerveja e refrigerante a gosto




1) 3 pneus empilhados funcionam como um compartimento para gelo e bebidas que deve ser colocado na parte traseira do "carro".


2) Protegidos pela porta traseira estão os mantimentos.



3) Os quatro bancos são colocados em torno da mesa composta pelo capô apoiado sobre 2 pneus empilhados.



4) O volante serve de arranjo de flores (artificiais).




5) A churrasqueira? As 2 portas dianteiras são colocadas uma em frente à outra e se transformam numa excelente churrasqueira com os apoios necessários para os espetos e a distância perfeita entre a carne e o carvão, armazenado nas 4 rodas adaptadas.



6) Para-choque traseiro e dianteiro colocados nas respectivas posições.


Agora é só aproveitar o churrasco e lógico, não se esqueça de convidar os amigos...


Bom churrasco!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Casa Sketch Up

Modelo do Radamés - Sketch Up

Perspectiva:




Planta






Vista Frontal




Vista dos Fundos



Corte Frontal



Corte Lateral

Resenha - Intervenção+Livros

Segundo mostrado no livro "Morte e Vida de Grandes Cidades", as metrópoles americanas começaram a enfrentar problemas diferentes dos previamente existentes quando os planejamentos urbanos começaram a ser executados. A autora, Jane Jacobs, jornalista e esposa de arquiteto,desenvolve seu raciocínio mostrando a importância das calçadas em áreas urbanas. Em suma, a presença de pessoas nos passeios gera maior segurança para determinada região, já que elas geram uma vigilância constante. Nesse contexto, um fator importante para se obter tal situação é a presença do comercio, o qual tem se distanciado cada vez mais devido ao crescimento das redes de shopping centers. Sem atrativo, a rua fica mais vazia e, logo, perigosa. No caso de bairros com alta densidade populacional, isso diminui o contato entre os vizinhos, logo eles passam a ser estranhos entre si, o que enfraquece a segurança. Afinal, se os moradores não se conhecem, não reconhecem forasteiros, dos quais alguns podem representar ameaça.




Considerando a importância da interação entre vizinhos, há recursos arquitetônicos os quais podem ajudar as calçadas a ficarem mais visíveis e seguras para os residentes. No livro "Lições de Arquitetura", Herman Hertzberger propõe alguns métodos possíveis.
Por exemplo, no caso da divisa da sacada de dois apartamentos em um mesmo prédio. Uma boa parte da divisa é feita com uma parede envidraçada. Um trecho próximo ao parepeito mantém o nível do mesmo, de moda a possibilitar contato sem obrigá-lo a acontecer. Outro aspecto que pode contribuir é a integração entre exterior e interior. Pois, se as pessoas se sentirem responsáveis também pela rua onde moram, haverá cuidado com ela e o ambiente torna-se mais agradável e seguro por consequência.


Assim, ao contrário do que habita o imaginário da população tanto nas cidades americanas quanto nas brasileiras, parques públicos podem não ser as soluções mais óbvias e eficazes para gerar qualidade de vida em áreas Urbanas. Como percebido na execução do trabalho de intervenção nas vagas de carro, os moradores não possuem relação intima com a rua na qual moram. Em todas, talvez a maioria, das regiões densamente habitadas de Belo Horizonte a situação seria a mesma. Os único incomodados seriam os motoristas, pois eles enxergam a rua de maneira possessiva.


A proposta de dar uma cara diferente às vias públicas é válida, mas o objetivo principal, no contexto atual, é praticamente inatingível. Enquanto a indústria automotiva tiver a força que tem, a rua continuará pertencendo a motos e carros, já que os verdadeiros "donos" da rua a cedem gentilmente a veículos. Esses, por outro lado, as jogam para os shoppings e parques públicos

domingo, 27 de junho de 2010

Disse que me disse - tendências da arquitetura no século XXI

Fala-se muito em sustentabilidade e menor impacto ambiental. Mas , por enquanto, pouco se faz para atingir esse resultado. É preciso, portanto, considerar novas possibilidades de uso do lixo. Nesse contexto, levemos em conta exemplos de cidadãos que já contribuiram:

Um senhor de uma cidade do interior de Goiás construiu um edifício utilizando lixo e pneus que não poderiam ser reciclados para a mesma função.

http://www.youtube.com/watch?v=CU66gEFNqgg



Uma senhora de Araguari - MG construiu uma piscina utilizando garrafas pet que poluiam o ambiente onde ela vive.


http://www.youtube.com/watch?v=X7KFTBzQtqA


Mais que uma tendência dos tempos atuais, é uma necessidade otimizar o uso de recursos materiais. Exemplos como os dois citados nesta postagem mostram que a sustentabilidade pode sair do discurso para a prática tanto em detalhes de uma construção quanto em seu conjunto por inteiro.

Visita ao INHOTIM

O INHOTIM é um local o qual gera uma boa espectativa aos visitantes de primeira viagem. Todos os comentários pré-visita geram uma imagem agradável. Mesmo assim, o espaço não deixa de ser surpreendente. Como se não bastasse as obras de arte contemporânea, o cuidado com as paisagens externas, por se tratar também de um jardim botânico, contribuem para a qualidade ambiental do museu.




Entre uma obra e outra, existem elementos que tanto se integram ao meio visualmente, quanto servem de assento para as pessoas que optam por locomover-se a pé.






Entre tantas outras, a obra que mais chamou minha atenção foi "The murder of crows". Através de 98 caixas de som, efeitos sonoros são criados para simular ambientes nos quais acontecem fatos narrados por uma voz em um alto-falante disposto em uma mesa.





O INHOTIM é um local muito rico em diversidade de obras e cenários. Uma visita basta apenas para uma curta experiência, ou seja, voltar ao museu é obrigatório para conhecê-lo de fato.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Rua Verde






http://www.ruaviva.org.br

terça-feira, 4 de maio de 2010

Revista Manuelzao 47 - Trilhos do Velhas

A reportagem "Trilhos do Velhas" faz uma analise da situacao das ferrovias as quais percorrem a bacia do rio das Velhas. Ha uma sintese suscinta sobre a historia do sistema ferroviario no Brasil, sendo focada nas causas do declinio desse modal. A preferencia dos politicos pela construcao de rodovias durante suas gestoes e a adesao do publico pode ser considerada a causa principal da decadencia das ferrovias. Outra, seria a existencia de bitolas (distanciamento entre os trilhos) diferentes no sistema de transporte ferroviario.




Com a diminuicao do numero de ferrovias e locomotivas em funcionamento, restou a saudade de geracoes que ficaram marcadas pelas idas e vindas nas estacoes espalhadas tanto pela regiao do Velhas quanto em outras. Naqueles que nao vivenciaram aquele periodo, ha grande espectativa de se ver trens de passageiros circulando entre as cidades da regiao. Mas isso depende da vontade das companhias ferroviarias privadas, as quais compraram as linhas da estatal RFFSA. Elas estao interessadas no trasporte de cargas, mas nada as impede de promover tambem o transporte de pessoas.



Em muitas cidades, as estacoes ganharam nova significacao com o sucateamento do sistema ferroviario. Em Itabirito, por exemplo, a estacao ficou abandonada por um tempo apos o termino das atividades ferroviares no local. Porem, foi revitalizada e transformada em complexo turistico. Foi uma bela acupuntura urbana, ja que o espaco era um nao-lugar. O primeiro passo foi dado nessa restauracao. Agora so falta a volta do trem.

domingo, 25 de abril de 2010

Disse que me disse - Trem suspenso em Wuppertal, Alemanha

Durante as buscas de imagens de um trem elevado para o projeto do rio Arrudas, encontrei um blog o qual possui postagens inseridas no contexto da arquitetura e do urbanismo.

Além das fotos, encontrei informações interessantes sobre o trem de Wuppertal, cidade próxima de Dortmund e Colônia. Sua construção começou em 1898, sendo inaugurado em 1901. Durante as pesquisas para realização do projeto para o Arrudas, não foram encontrados sistemas similares a esse.







No blog da arquiteta e urbanista Cecilia Lucchese, há diversas postagens com informações importantes e curiosidades. É uma referência valiosa como fonte de conhecimento sobre assuntos relativos a areas urbanas.


Visite: http://theurbanearth.wordpress.com

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Projeto Arrudas Contextualizado - Parte II





Agora sim, evolução

Belo Horizonte tornava-se cada vez mais caótica. Tudo piorava, mas nem todos percebiam. A cada período de chuva, centenas de regiões da capital mineira sofriam com alagamentos e deslizamentos de terra, carros entupiam as vias e os espaços públicos eram subutilizados. Algo precisava mudar, com muita urgência.
E como devia ser, mudou. Aliás, começou a mudar, pois ainda há muito que melhorar para a cidade se tornar sustentável. Ainda há quem duvide de que aquele caminho cheio de não-lugares e individualismo era um equivoco. Estes continuam vivendo no caos. Os congestionamentos acontecem com alta freqüência, mas por opção de quem prefere o carro ao transporte público.
Alguns residentes têm pouquíssimas oportunidades de perceber a evolução do município, pois insistem em vê-lo sob a mesma perspectiva de antes: de dentro do automóvel e pelas janelas dos shopping centers. Coitados: o que era um recinto seguro e agradável passou a parecer uma prisão quando comparado com os espaços externos.
Quem se locomove pelo metrô, ônibus, VLT do arrudas e outros meios de transporte público, chega mais rápido ao destino. Além disso, interagem mais com os demais habitantes. Portanto, o contato com o meio urbano é mais agradável para os cidadãoes e menos degradante para a cidade.
Como é bom ver os botes descendo o arrudas a todo momento, em qualquer dia da semana. Na hora do rush, até eles são mais rápidos que o fluxo da Avenida dos Andradas. Nos fins de semana, é uma das opções de lazer mais baratas da capital mineira, sem perder a qualidade. Domingo pela manhã é quando há o maior número de barcos descendo o rio. Desde o Barreiro até a Lagoinha, há uma intensa movimentação, pois muita gente escolhe essa alternativa para chegar à feira hippie.
O sucesso dos botes é tão grande, que muitas pessoas compraram um para si. Assim, além daquelas embarcações infláveis pertencentes à empresa que fornece o serviço, há diversos modelos diferentes, sendo que esses pagam pelo espaço ocupado no chamado “ponto do bote” e pelo transporte de retorno no VLT do Arrudas. Com isso, os botes tornaram outro atrativo para as pessoas virem até o rio. Muitos apenas assistem eles passando, pois há tantos modelos diferentes que vê-los em interação com o Arrudas é um belo passatempo.
Um rio que outrora cheirava mal e tinha péssima aparência, hoje atrai as pessoas. Além da possibilidade de navegá-lo com pequenos barcos, suas margens são bastante freqüentadas. Elas foram tratadas de modo a proporcionar para se permanecer. As pedras instaladas servem como assento, enquanto trechos gramados permitem que os indivíduos deitem e desfrutem um conforto satisfatório.
Com as áreas gramadas implantadas ao longo do trecho encaixotado, o solo voltou a ser, mesmo que parcialmente, permeável. Assim, o período de cheia é significantemente menos perigoso para quem vive próximo ao curso d’água, sendo que moradores de áreas que continuam sendo inundáveis foram transferidos para regiões seguras.
Um importante passo foi dado rumo a uma Belo Horizonte sustentável. A cura dessa região da cidade, e um exemplo pra muitas outras.





Um dia na vida do João

Domingo: dia de acordar feliz e com vontade de viver. Todo dia levanto-me às seis, mas hoje me dou o luxo de sair da cama por volta de oito horas. Tomo um banho, visto-me e como uma broa de fubá acompanhada de um pingado.
Pronto: preparado para relaxar e me divertir com a família. Andamos por 10 minutos, até o primeiro ponto do bote do Arrudas. Passo meu cartão de transporte integrado e coloco a molecada pra dentro do barco, todos com coletes salva vida. Eles abrem aquele sorriso. Eu e Aparecida, minha esposa, ficamos de olho neles, enquanto eles ficam de olho em tudo ao redor.
- Pai, pai, como era o rio quando cê tinha a minha idade?
- Era imundo, filha...Puro esgoto. Ninguém chegava perto!
- Então como você ia para a feira?
- Ia muito pouco, mas quando ia, ia de lotação.
- Era bom?
- Não, era ruim filhinha. E num tinha tanta graça. Um dia desses podemos ir de ônibus para você ver como é.
Minha filha fica calada e pensativa, mas sempre observando tudo ao redor. As crianças gostam de descer o rio de bote. Sempre que as levo ao centro da cidade, e tenho certo tempo de folga, o meio de transporte é o bote.
- Paiê, depois da feira, vamos para aquele lugar do rio com a margem bonita?
- Hoje num dá meu filho, temos a festinha do teu primo.
Um silêncio conformado e uma expressão de descontentamento. Ele sabe que tudo tem sua hora, e que hoje não dá. Compreendo que eles gostem tanto de ir ao Santa Tereza, onde as margens do Arrudas tornaram-se um belo complexo de lazer e ócio para o povo da capital e visitantes. Na praça que ocupa o que antigamente era uma avenida, as crianças brincam, adultos caminham e jogam xadrez e baralho. Há quadras de peteca e futsal, cesta de basquete e churrasqueiras públicas. Na margem do rio, além dos pontos do bote, há locais tranqüilos e seguros para quem procura um ambiente sossegado para leitura, namoro, estudo, reflexão...Lá, todos acham seus lugares.
Mês passado, decidimos ir conhecer o local com alguns familiares. Sabíamos da boa infra-estrutura, mas não imaginávamos que funciona tão bem. A meninada se divertiu a beça jogando basquete, brincando de queimada, pega-pega e rouba-bandeira. Os adultos, se não estavam na churrasqueira, faziam caminhada ou conversavam na beira do Arrudas. Um programa maravilhoso, que pretendo repetir muitas vezes.
Vejo o terminal rodoviário se aproximando. Chega a hora de desembarcar e rumar à feira. Descemos no ponto do bote, enquanto algumas pessoas que esperavam, embarcaram. Enquanto subimos a escada, reparo em um rapaz subindo a rampa de cadeiras de rodas. Sempre me perguntei do por quê de uma rampa e uma escada, e fico feliz de obter a resposta por observar as duas sendo utilizadas simultaneamente.
Chegamos no nível da rua e nos deparamos com dezenas de ciclistas, skatistas e patinadores circulando pela ciclovia. Na rua, poucos carros, sendo que todos param quando há faixa de pedestres. Com esse clima de gentileza urbana prevalecendo, caminhamos até a Afonso Pena.
Compramos o que fomos buscar e também alguns agrados baratinhos para os guris. Em seguida, voltamos à estação lagoinha, de onde partiríamos rumo ao terminal de integração com o Expresso Arrudas, uma espécie de bonde suspenso, o qual nos leva de volta ao Barreiro.
No caminho, paramos por um instante na passarela que liga a estação de metrô á rodoviária para observar os barcos que desciam o rio. Além dos infláveis, os quais fazem parte da rede de transporte público, podia-se ver diversos outros tipos. De madeira, de metal, e diversos outros materiais. Muitos transeuntes paravam para assisti-los por um tempinho.
Voltamos para casa e fomos à festinha de meu sobrinho, morador de uma rua próxima. Às seis da tarde chegamos em casa novamente. Assisto TV até nove horas. Deito-me e começo a pensar na semana seguinte. Cinco dias de trabalho pesado, e dois de descanso e lazer. Pelo menos, tenho para onde ir nos dias de folga sem precisar gastar quase todo o meu salário.

domingo, 11 de abril de 2010

Disse que me disse: Projeto Estação Cultura

Após o declínio do transporte ferroviário brasileiro na década de noventa, muitas estações foram desativadas e, consequentemente, abandonadas e sucateadas. São patrimônios que aos poucos vão sendo esquecidos, destruídos e perdidos.



Em Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto, a estação ferroviária chegou a tornar-se um não-lugar. Deixou de ser utilizada após seu fechamento, o que gerou um processo de degradação ao longo dos anos. As telhas foram quebradas, a iluminação deixou de existir, e o interior da construção ficou extremamente sujo. Por certo tempo, aquele espaço estava perdido.

Essa situação começou a mudar em 2007, quando Marco Antônio de Almeida Costa idealizou o Projeto Estação Cultura, com o objetido de recuperar o patrimônio burnierense. Desde então, diversos eventos culturais e reuniões ocorreram para chamar a atenção da comunidade local, dos representantes políticos e das empresas. Com o apóio deles, o projeto ganha força para prosperar. Os primeiros a se unirem em torno da causa foram os cidadãos de Burnier, os quais fizeram a limpeza da Estação, dando vida nova ao local. Em seguida, representantes públicos se comprometeram a ajudar no seu âmbito de atuação. O mesmo fizeram algumas empresas.

A medida que a mobilização cresce, o projeto ganha mais vida. Assim, ele tem ótimas perspectivas de sucesso.

Para mais informações sobre o Projeto Estação Cultura, visite seu blog oficial:

http://www.projetoestacao.blogspot.com/

sábado, 10 de abril de 2010

O Arrudas Contextualizado

O Rio Arrudas é negativamente expressivo para os belo-horizontinos. A poluição causa mal cheiro, o concreto que constitui o caixote o qual o aprisiona gera poluição visual e as vias ao seu redor o encurralam, mostrando a predominância do carro em relação ao homem e do ambiente construído em detrimento do natural.



Como a realidade é oposta à desejável, precisamos pensar em maneiras de reverter essa situação, ou pelo menos gerar mais harmonia entre o cidadão e o meio urbano, sem ignorar a presença do rio. Para tanto, é necessário intervir no espaço de modo a tentar dar vida e sentido a ele.


Nesse contexto, uma mudança indispensável é a aproximação das pessoas com o rio. Com esse objetivo, a pista de caminhada existente seria ampliada e aprimorada, sendo uma das pistas da avenida poderia ser transformada em uma grande praça, acompanhando o curso d’água. O leque de atividades possíveis seria muito maior que simplesmente a função atual do local, que é a passagem de veículos.



Nesse espaço, haveria, além do que se vê em muitas outras praças (bancos, árvores, comércio ambulante...), escadas para se acessar a margem do rio propriamente dita. É importante observar que a margem não seria igual à existente. A área cimentada daria lugar a elementos os quais transmitem uma sensação mais natural aos passantes em relação ao rio, mesmo que haja muita urbanização ao redor, ou seja, o Arrudas seria contextualizado na cidade, e não descartado dela. Ainda mais além, ele teria que ser revitalizado em si, pois de nada adiantariam todas as intervenções se ele fosse sujo.


Apesar de tal revalorização desse elemento para Belo Horizonte, um problema surgiria: a avenida não comportaria mais a frota que circulava por ela. A solução é criar alternativas de locomoção para quem depende do automóvel. Uma proposta possível é a instalação de uma ciclovia e uma linha de VLT. Além de conviver com o rio de maneira menos degradante, elas poderiam até ser um fator de atração do povo para próximo do Arrudas.









Como seriam o VLT e a ciclovia




A ciclovia e a linha do VLT fariam parte de um mesmo traçado, o qual seguiria sobre o rio tangenciando suas curvas. Assim, tanto o acesso de ciclistas quanto o dos passageiros ocorreria nessas mini estações.
Quanto à estrutura do traçado, A ciclovia funcionaria como uma camada intermediária, enquanto abaixo dela o VLT se deslocaria suspenso na estrutura, percorrendo o mesmo sentido que a correnteza. Nas estações finais, ele se encaixaria em trilhos no solo, ao mesmo tempo que se desvincularia daqueles que o suspendiam. Um elevador o levaria para uma linha superior ao restante do conjunto, onde o veículo leve sob trilho funcionaria do jeito convencional.






O Veículo





Com a dimensão de um bonde convencional, o veículo receberia detalhes destacando a presença do rio Arrudas. Sua parte posterior teria o design de um barco, e suas laterais levariam detalhes para ajudar a provocar nas pessoas a percepção da presença da água e sua importância.
Outra característica peculiar da espécie de VLT proposta é o piso do corredor feito de material transparente. Quando o deslocamento for realizado abaixo da ciclovia, os passageiros poderão apreciar uma vista única do rio. Porém, quando o veículo transitar sob o trilho, essa vista deveria ser bloqueada, pois não provocaria o efeito desejado. Um sistema constituído de um conjunto de faixas metálicas sanfonadas seria uma solução. Assim, quando o veículo estivesse suspenso, estaria aberta, e no caso contrário, fechada.






Autores: Danilo Caporalli e Pedro Silva

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Disse que me disse: Plano Diretor de Iluminação Urbana

Quantas vezes tentei tirar fotos de paisagens interessantes, ou ao menos apreciá-las, e fui atrapalhado por fios de eletricidade? Já perdi as contas. Sempre me incomodei com a presença dessas linhas, por isso quero um dia poder contribuir para minificar tão grade poluição visual.



Por isso, quando vi um artigo no portal virtruvius tratando sobre iluminação Urbana, logo me interessei. Ao decorrer da leitura, observei várias informações interessantes. O texto não se trata dos fios de eletricidade, mas, de certa forma, mostra uma imagem que exemplifica meu pensamento. Apesar de não desenvolver esse tema, como eu esperava a princípio, o conteúdo é muito instigante. Para acessar o artigo na íntegra, acesse o site abaixo.

www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq118/arq118_03.asp

sexta-feira, 26 de março de 2010

Garimpo (Hamilton)

Construída para ser a capital política e administrativa do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte se desenvolveu de tal modo que os limites estabelecidos durante o seu planejamento não acomodaram seu acelerado crescimento. Hoje em dia, trata-se de uma grande metrópole, sem fronteiras definidas e bastante descentralizada.

Belo Horizonte pode ser considerada utópica, pois foi criada do zero, no papel. Hoje sua utopia está principalmente nas praças. Exemplo perfeito é a principal delas, a Praça da Liberdade. Nela, além do lugar físico, há todo um sentimento e uma idéia ligada. A praça representa uma fuga do espaço construído da cidade. Alem disso, numa cidade de tantas desigualdades, o espaço verde serve como um lugar de interação entre diversas pessoas, não importando sua condição econômica. Um pedestre na praça nada mais é que um pedestre. Outra interessante utopia é o remetimento ao passado ao andar no local. A praça e seus elementos nos lembram de tempos passados, quando todos saiam para caminhar na praça e encontrar os outros (fazendo a praça também parecer um pedacinho do interior).

http://guiadoviajante.com/wp-content/uploads/2009/04/praca_da_liberdade_bh.jpg

Não diferente das demais cidades do mundo, a capital mineira apresenta tanto espaços topofílicos, quanto espaços topofóbicos. A própria Praça da Liberdade é um bom exemplo de espaço topofílico em BH. Todos esses sentimentos pela praça fazem com que nos sintamos à vontade nela. Sempre que passamos por perto é difícil de resistir à vontade de entrar nela e aproveitar tudo que ela nos proporciona. Tal efeito faz com que o local tão presente na identidade belo horizontina sempre atraia grande parte da população, criando um ponto de encontro do povo. Outros grandes atrativos que trazem as pessoas a ela são sua beleza, tanto natural, quanto construída, e o que ela tem a oferecer em suas imediações: bibliotecas, museus e áreas de descanso, sendo uma centralidade prática para seus transeuntes.
A praça da liberdade não é regra quando se fala de sua interação com as pessoas. Existem diversas praças que acabam exercendo o efeito contrário do esperado, ao invés de ser um espaço agradável para todos acaba caindo em desuso (ao menos) aparentemente.
A Praça Raul Soares, por exemplo, com a deteriorização do hipercentro, sofreu com o abandono pela população, pois não havia boa manutenção de sua área, tornando-a menos atrativa que outras áreas oferecidas ao público. A praça vazia foi, por sua vez, ocupada por usuários de drogas e criminosos, que fizeram com que o lugar se tornasse perigoso e ainda menos chamativo à população. O ciclo vicioso resultou em evasão e repulsão do espaço e fuga dos arredores.

http://static.panoramio.com/photos/original/3186966.jpg

O problema foi localizado e identificado e depois estudado por equipes de profissionais. A praça foi restaurada para se assemelhar ao seu projeto inicial. Foi iluminada e integrada à cidade, devolvendo ao espaço o seu uso primitivo, mais agradável para a capital e os seus habitantes. Tal exemplo mostra que a intervenção dos arquitetos tem papel chave para modificar o espaço urbano, afetando positivamente a vida da cidade.
Mas nem todos os problemas foram solucionados, pois é preciso intervir em vários lugares. Um deles e o Morro das Pedras, localizado na zona oeste da cidade e que, por ser considerado um dos seis locais mais violentos da capital, precisa de uma atenção especial da prefeitura.

A cidade foi planejada para crescer dentro da Avenida do Contorno. Seriam quarteirões bem definidos, formando uma malha que lembra um tabuleiro de xadrez. Esse planejamento revelava claramente a isotopia da planta de BH. Entretanto, como dito anteriormente, a cidade cresceu em ritmo acelerado, e passou a não respeitar a planejada isotopia. Foram surgindo bairros e aglomerados com as mais diversas características. Bairros residenciais começaram a se “fundir” com bairros comerciais, aglomerados de casas passaram a dividir espaços com edifícios cada vez maiores e, assim, a heterotopia começou a se implantar na capital.
Entretanto, essa heterotopia não ocorre apenas no panorama geral. Há espaços mais específicos, tais como a Praça da Savassi, que se destacam pela diversidade de atividades e freqüentadores. O local concentra empresas de telecomunicações, bares, fast foods, lojas de roupas e etc., além de receber pessoas de diferentes tribos e classes sociais.
O mesmo pode ser dito a respeito da isotopia na cidade. Um bom exemplo é o bairro Cidade Jardim, um dos poucos a apresentarem predominância de casas e ainda não verticalizado, o que é um padrão no bairro.


Belo Horizonte está repleta de vias que integram suas regiões entre si e com cidades vizinhas. Milhares de pessoas deslocam-se diariamente por esses caminhos. Para eles, as avenidas e ruas pelas quais passam não possuem significados importantes. Por isso, são considerados espaços neutros. O Complexo da Lagoinha, por exemplo, pode ser assim classificado. Ele é um conjunto de elevados que une o centro da cidade ao norte e leste da capital. Apesar de estar presente no cotidiano de muita gente, não desperta nenhum sentimento de proximidade nessas pessoas.

Um fato interessante da capital mineira é a mudança de significado de seus espaços. Em certos casos, isso ocorre periodicamente. A Afonso Pena, a principal avenida da cidade, é interditada aos domingos para que ocorra uma grande feira. O fluxo de automóveis é temporariamente substituído pela atividade comercial. No caso do Shopping Popular Oiapoque, a transição foi permanente. Servia de lar informal para desabrigados, os quais foram retirados de lá para que o local servisse a um novo propósito, que é o atual.


A cidade é um espaço diversificado que possui vários elementos marcantes. A diferença cultural entre habitantes de bairros diferentes é um deles. O tipo de ocupação e uso do espaço é particular a cada local, o que, de certa forma, gera os limites políticos entre regiões. Porém, observa-se que os costumes estão ligados ao grau de convivência entre as pessoas. Sendo assim, já que as pessoas da cidade se relacionam umas com as outras e também com populações vizinhas, questiona-se onde seria a fronteira geográfica de Belo Horizonte com seus arredores. Teoricamente ela está bem determinada, mas na prática, não existe. Além do processo de conurbação que formou a região metropolitana, há tanta rapidez no transporte que a área de influencia da capital extende-se ainda mais.

André Motta
Pedro Henrique
Renata Lafetá

Praça Raul Soares, um espaço multifuncional



As áreas urbanas estão em constante mudança desde quando surgiram. Com as tecnologias adquiridas no decorrer da história, o espaço tem sofrido mutações cada vez mais rápidas e intensas.

A Praça Raul Soares pode ser interpretada como o resumo daquilo que acontece em Belo Horizonte. Ela teve vários significados para a região desde sua construção, apresentando, em um mesmo momento, várias funções para o ambiente urbano.

Para a maior parte das pessoas, ela é simplesmente um caminho, um espaço neutro. O tráfego intenso de veículos nas avenidas que a circulam e as pessoas que simplesmente atravessam ela em seu diâmetro formam esse grupo.



Mas, após a revitalização, o uso do espaço para lazer e convívio social passou a fazer parte do cotidiano da praça.



O contraste entre as cores vivas da praça e as cores quase homogenias das edificações ao redor geram uma bela vista, contribuindo para a qualidade de vida da população.



Há alguns anos, ela representava uma topofobia para a cidade. Porém, hoje em dia, pode ser considerada uma topofilia, pois sua revitalização gerou condições seguras para que ela fosse freqüentada. Diversos grupos e tribos urbanas se apropriam desse espaço para caminhar, namorar, conversar, trabalhar ou apenas para fugir do estresse da cidade.



A praça também passou a se apropriar dos espaços ao redor. Percebe-se que sua arquitetura se estende nas calçadas e quarteirões próximos.



A Raul Soares é um lugar de destaque no plano urbanístico de BH. Ela está localizada na confluência de quatro das principais avenidas da cidade: Amazonas, Olegário Maciel, Bias Fortes e Augusto de Lima. Ainda assim, a praça se impõe sobre as avenidas, que têm de contorná-la.

Ela também pode ser vista como um referencial da heterotopia na região. A Olegário Maciel, partindo da rodoviária, cercada de transeuntes, passantes e com uma economia de varejo e popular se encontra com a Praça e a partir daí muda para a região de Lourdes e seus prédios comerciais e residenciais de alto luxo.





Compondo o espaço da praça, podemos destacar o Edifício JK, utopia (para a época) projetada por Niemeyer com mais de 1000 unidades habitacionais que já faz parte da paisagem e da história da capital mineira. O condomínio apresenta apartamentos de diversas tipologias e um de seus blocos – com 36 andares – ainda é o maior prédio de BH.



As casas noturnas e zonas boêmias não deixam de estarem presentes. Ao mesmo tempo tão próximas fisicamente dos outros componentes, afastam-se no sentido de aceitação da sociedade. Elas não são bem vistas, e, por isso, praticamente ignoradas quando é feita a descrição do local.

Resumindo, os arredores da praça poderiam resumir uma cidade. São perceptíveis divisão de classes, área de lazer, comércio, templos religiosos, etc. Tudo interagindo naturalmente, quase sem notoriedade.



Trabalho Realizado por:

Hermano Melo
Pedro Silva
Thiago Meira

Rio Douro, Porto, Portugal







O rio Douro interage plenamente com a cidade do Porto, em Portugal. A proximidade entre o homem e o curso d’água é perceptível em diversos trechos. Essa relação se expressa de várias maneiras, de acordo com a atividade exercida.

Há pescadores, os quais literalmente vivem do rio e convivem com ele de uma forma mais intensa. Passam horas de seus dias extraindo pescados que são tanto fonte de renda quanto de alimentação.

Por se tratar de uma bela paisagem, o Douro atrai investimentos financeiros que visam a exploração comercial do local. De restaurantes a cruzeiros, há múltiplas opções de se conhecer o rio de perspectivas diferentes. Muito além disso, ele consiste uma opção grátis de lazer.

Ao longo da margem, percebe-se a presença de calçadões. Muitos ciclistas e pedestres fazem uso desse espaço. Existem também praças. Ambientes bem arborizados juntos à presença natural de água tornam-se agradáveis para passeios.

Até mesmo locais onde vias asfaltadas ficam lado a lado com o rio, é comum observar-se trechos pedregosos, aparentemente naturais, determinando o espaço de cada elemento.

Portanto, o projeto da Orla visou respeitar o Douro como algo importante ao município de Porto. Por mais que ela seja urbanizada, o rio não é ignorado. Pelo contrário, ele participa fortemente na criação do cenário urbano.


Trabalho realizado por:

Danilo Carporalli
Pedro Silva