O Rio Arrudas é negativamente expressivo para os belo-horizontinos. A poluição causa mal cheiro, o concreto que constitui o caixote o qual o aprisiona gera poluição visual e as vias ao seu redor o encurralam, mostrando a predominância do carro em relação ao homem e do ambiente construído em detrimento do natural.
Como a realidade é oposta à desejável, precisamos pensar em maneiras de reverter essa situação, ou pelo menos gerar mais harmonia entre o cidadão e o meio urbano, sem ignorar a presença do rio. Para tanto, é necessário intervir no espaço de modo a tentar dar vida e sentido a ele.
Nesse contexto, uma mudança indispensável é a aproximação das pessoas com o rio. Com esse objetivo, a pista de caminhada existente seria ampliada e aprimorada, sendo uma das pistas da avenida poderia ser transformada em uma grande praça, acompanhando o curso d’água. O leque de atividades possíveis seria muito maior que simplesmente a função atual do local, que é a passagem de veículos.
Nesse espaço, haveria, além do que se vê em muitas outras praças (bancos, árvores, comércio ambulante...), escadas para se acessar a margem do rio propriamente dita. É importante observar que a margem não seria igual à existente. A área cimentada daria lugar a elementos os quais transmitem uma sensação mais natural aos passantes em relação ao rio, mesmo que haja muita urbanização ao redor, ou seja, o Arrudas seria contextualizado na cidade, e não descartado dela. Ainda mais além, ele teria que ser revitalizado em si, pois de nada adiantariam todas as intervenções se ele fosse sujo.
Apesar de tal revalorização desse elemento para Belo Horizonte, um problema surgiria: a avenida não comportaria mais a frota que circulava por ela. A solução é criar alternativas de locomoção para quem depende do automóvel. Uma proposta possível é a instalação de uma ciclovia e uma linha de VLT. Além de conviver com o rio de maneira menos degradante, elas poderiam até ser um fator de atração do povo para próximo do Arrudas.
Como seriam o VLT e a ciclovia
A ciclovia e a linha do VLT fariam parte de um mesmo traçado, o qual seguiria sobre o rio tangenciando suas curvas. Assim, tanto o acesso de ciclistas quanto o dos passageiros ocorreria nessas mini estações.
Quanto à estrutura do traçado, A ciclovia funcionaria como uma camada intermediária, enquanto abaixo dela o VLT se deslocaria suspenso na estrutura, percorrendo o mesmo sentido que a correnteza. Nas estações finais, ele se encaixaria em trilhos no solo, ao mesmo tempo que se desvincularia daqueles que o suspendiam. Um elevador o levaria para uma linha superior ao restante do conjunto, onde o veículo leve sob trilho funcionaria do jeito convencional.
O Veículo
Com a dimensão de um bonde convencional, o veículo receberia detalhes destacando a presença do rio Arrudas. Sua parte posterior teria o design de um barco, e suas laterais levariam detalhes para ajudar a provocar nas pessoas a percepção da presença da água e sua importância.
Outra característica peculiar da espécie de VLT proposta é o piso do corredor feito de material transparente. Quando o deslocamento for realizado abaixo da ciclovia, os passageiros poderão apreciar uma vista única do rio. Porém, quando o veículo transitar sob o trilho, essa vista deveria ser bloqueada, pois não provocaria o efeito desejado. Um sistema constituído de um conjunto de faixas metálicas sanfonadas seria uma solução. Assim, quando o veículo estivesse suspenso, estaria aberta, e no caso contrário, fechada.
Autores: Danilo Caporalli e Pedro Silva
sábado, 10 de abril de 2010
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Comentei no blog da sua dupla, dê uma olhada lá depois.
ResponderExcluirProfs