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domingo, 25 de abril de 2010

Disse que me disse - Trem suspenso em Wuppertal, Alemanha

Durante as buscas de imagens de um trem elevado para o projeto do rio Arrudas, encontrei um blog o qual possui postagens inseridas no contexto da arquitetura e do urbanismo.

Além das fotos, encontrei informações interessantes sobre o trem de Wuppertal, cidade próxima de Dortmund e Colônia. Sua construção começou em 1898, sendo inaugurado em 1901. Durante as pesquisas para realização do projeto para o Arrudas, não foram encontrados sistemas similares a esse.







No blog da arquiteta e urbanista Cecilia Lucchese, há diversas postagens com informações importantes e curiosidades. É uma referência valiosa como fonte de conhecimento sobre assuntos relativos a areas urbanas.


Visite: http://theurbanearth.wordpress.com

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Projeto Arrudas Contextualizado - Parte II





Agora sim, evolução

Belo Horizonte tornava-se cada vez mais caótica. Tudo piorava, mas nem todos percebiam. A cada período de chuva, centenas de regiões da capital mineira sofriam com alagamentos e deslizamentos de terra, carros entupiam as vias e os espaços públicos eram subutilizados. Algo precisava mudar, com muita urgência.
E como devia ser, mudou. Aliás, começou a mudar, pois ainda há muito que melhorar para a cidade se tornar sustentável. Ainda há quem duvide de que aquele caminho cheio de não-lugares e individualismo era um equivoco. Estes continuam vivendo no caos. Os congestionamentos acontecem com alta freqüência, mas por opção de quem prefere o carro ao transporte público.
Alguns residentes têm pouquíssimas oportunidades de perceber a evolução do município, pois insistem em vê-lo sob a mesma perspectiva de antes: de dentro do automóvel e pelas janelas dos shopping centers. Coitados: o que era um recinto seguro e agradável passou a parecer uma prisão quando comparado com os espaços externos.
Quem se locomove pelo metrô, ônibus, VLT do arrudas e outros meios de transporte público, chega mais rápido ao destino. Além disso, interagem mais com os demais habitantes. Portanto, o contato com o meio urbano é mais agradável para os cidadãoes e menos degradante para a cidade.
Como é bom ver os botes descendo o arrudas a todo momento, em qualquer dia da semana. Na hora do rush, até eles são mais rápidos que o fluxo da Avenida dos Andradas. Nos fins de semana, é uma das opções de lazer mais baratas da capital mineira, sem perder a qualidade. Domingo pela manhã é quando há o maior número de barcos descendo o rio. Desde o Barreiro até a Lagoinha, há uma intensa movimentação, pois muita gente escolhe essa alternativa para chegar à feira hippie.
O sucesso dos botes é tão grande, que muitas pessoas compraram um para si. Assim, além daquelas embarcações infláveis pertencentes à empresa que fornece o serviço, há diversos modelos diferentes, sendo que esses pagam pelo espaço ocupado no chamado “ponto do bote” e pelo transporte de retorno no VLT do Arrudas. Com isso, os botes tornaram outro atrativo para as pessoas virem até o rio. Muitos apenas assistem eles passando, pois há tantos modelos diferentes que vê-los em interação com o Arrudas é um belo passatempo.
Um rio que outrora cheirava mal e tinha péssima aparência, hoje atrai as pessoas. Além da possibilidade de navegá-lo com pequenos barcos, suas margens são bastante freqüentadas. Elas foram tratadas de modo a proporcionar para se permanecer. As pedras instaladas servem como assento, enquanto trechos gramados permitem que os indivíduos deitem e desfrutem um conforto satisfatório.
Com as áreas gramadas implantadas ao longo do trecho encaixotado, o solo voltou a ser, mesmo que parcialmente, permeável. Assim, o período de cheia é significantemente menos perigoso para quem vive próximo ao curso d’água, sendo que moradores de áreas que continuam sendo inundáveis foram transferidos para regiões seguras.
Um importante passo foi dado rumo a uma Belo Horizonte sustentável. A cura dessa região da cidade, e um exemplo pra muitas outras.





Um dia na vida do João

Domingo: dia de acordar feliz e com vontade de viver. Todo dia levanto-me às seis, mas hoje me dou o luxo de sair da cama por volta de oito horas. Tomo um banho, visto-me e como uma broa de fubá acompanhada de um pingado.
Pronto: preparado para relaxar e me divertir com a família. Andamos por 10 minutos, até o primeiro ponto do bote do Arrudas. Passo meu cartão de transporte integrado e coloco a molecada pra dentro do barco, todos com coletes salva vida. Eles abrem aquele sorriso. Eu e Aparecida, minha esposa, ficamos de olho neles, enquanto eles ficam de olho em tudo ao redor.
- Pai, pai, como era o rio quando cê tinha a minha idade?
- Era imundo, filha...Puro esgoto. Ninguém chegava perto!
- Então como você ia para a feira?
- Ia muito pouco, mas quando ia, ia de lotação.
- Era bom?
- Não, era ruim filhinha. E num tinha tanta graça. Um dia desses podemos ir de ônibus para você ver como é.
Minha filha fica calada e pensativa, mas sempre observando tudo ao redor. As crianças gostam de descer o rio de bote. Sempre que as levo ao centro da cidade, e tenho certo tempo de folga, o meio de transporte é o bote.
- Paiê, depois da feira, vamos para aquele lugar do rio com a margem bonita?
- Hoje num dá meu filho, temos a festinha do teu primo.
Um silêncio conformado e uma expressão de descontentamento. Ele sabe que tudo tem sua hora, e que hoje não dá. Compreendo que eles gostem tanto de ir ao Santa Tereza, onde as margens do Arrudas tornaram-se um belo complexo de lazer e ócio para o povo da capital e visitantes. Na praça que ocupa o que antigamente era uma avenida, as crianças brincam, adultos caminham e jogam xadrez e baralho. Há quadras de peteca e futsal, cesta de basquete e churrasqueiras públicas. Na margem do rio, além dos pontos do bote, há locais tranqüilos e seguros para quem procura um ambiente sossegado para leitura, namoro, estudo, reflexão...Lá, todos acham seus lugares.
Mês passado, decidimos ir conhecer o local com alguns familiares. Sabíamos da boa infra-estrutura, mas não imaginávamos que funciona tão bem. A meninada se divertiu a beça jogando basquete, brincando de queimada, pega-pega e rouba-bandeira. Os adultos, se não estavam na churrasqueira, faziam caminhada ou conversavam na beira do Arrudas. Um programa maravilhoso, que pretendo repetir muitas vezes.
Vejo o terminal rodoviário se aproximando. Chega a hora de desembarcar e rumar à feira. Descemos no ponto do bote, enquanto algumas pessoas que esperavam, embarcaram. Enquanto subimos a escada, reparo em um rapaz subindo a rampa de cadeiras de rodas. Sempre me perguntei do por quê de uma rampa e uma escada, e fico feliz de obter a resposta por observar as duas sendo utilizadas simultaneamente.
Chegamos no nível da rua e nos deparamos com dezenas de ciclistas, skatistas e patinadores circulando pela ciclovia. Na rua, poucos carros, sendo que todos param quando há faixa de pedestres. Com esse clima de gentileza urbana prevalecendo, caminhamos até a Afonso Pena.
Compramos o que fomos buscar e também alguns agrados baratinhos para os guris. Em seguida, voltamos à estação lagoinha, de onde partiríamos rumo ao terminal de integração com o Expresso Arrudas, uma espécie de bonde suspenso, o qual nos leva de volta ao Barreiro.
No caminho, paramos por um instante na passarela que liga a estação de metrô á rodoviária para observar os barcos que desciam o rio. Além dos infláveis, os quais fazem parte da rede de transporte público, podia-se ver diversos outros tipos. De madeira, de metal, e diversos outros materiais. Muitos transeuntes paravam para assisti-los por um tempinho.
Voltamos para casa e fomos à festinha de meu sobrinho, morador de uma rua próxima. Às seis da tarde chegamos em casa novamente. Assisto TV até nove horas. Deito-me e começo a pensar na semana seguinte. Cinco dias de trabalho pesado, e dois de descanso e lazer. Pelo menos, tenho para onde ir nos dias de folga sem precisar gastar quase todo o meu salário.

domingo, 11 de abril de 2010

Disse que me disse: Projeto Estação Cultura

Após o declínio do transporte ferroviário brasileiro na década de noventa, muitas estações foram desativadas e, consequentemente, abandonadas e sucateadas. São patrimônios que aos poucos vão sendo esquecidos, destruídos e perdidos.



Em Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto, a estação ferroviária chegou a tornar-se um não-lugar. Deixou de ser utilizada após seu fechamento, o que gerou um processo de degradação ao longo dos anos. As telhas foram quebradas, a iluminação deixou de existir, e o interior da construção ficou extremamente sujo. Por certo tempo, aquele espaço estava perdido.

Essa situação começou a mudar em 2007, quando Marco Antônio de Almeida Costa idealizou o Projeto Estação Cultura, com o objetido de recuperar o patrimônio burnierense. Desde então, diversos eventos culturais e reuniões ocorreram para chamar a atenção da comunidade local, dos representantes políticos e das empresas. Com o apóio deles, o projeto ganha força para prosperar. Os primeiros a se unirem em torno da causa foram os cidadãos de Burnier, os quais fizeram a limpeza da Estação, dando vida nova ao local. Em seguida, representantes públicos se comprometeram a ajudar no seu âmbito de atuação. O mesmo fizeram algumas empresas.

A medida que a mobilização cresce, o projeto ganha mais vida. Assim, ele tem ótimas perspectivas de sucesso.

Para mais informações sobre o Projeto Estação Cultura, visite seu blog oficial:

http://www.projetoestacao.blogspot.com/

sábado, 10 de abril de 2010

O Arrudas Contextualizado

O Rio Arrudas é negativamente expressivo para os belo-horizontinos. A poluição causa mal cheiro, o concreto que constitui o caixote o qual o aprisiona gera poluição visual e as vias ao seu redor o encurralam, mostrando a predominância do carro em relação ao homem e do ambiente construído em detrimento do natural.



Como a realidade é oposta à desejável, precisamos pensar em maneiras de reverter essa situação, ou pelo menos gerar mais harmonia entre o cidadão e o meio urbano, sem ignorar a presença do rio. Para tanto, é necessário intervir no espaço de modo a tentar dar vida e sentido a ele.


Nesse contexto, uma mudança indispensável é a aproximação das pessoas com o rio. Com esse objetivo, a pista de caminhada existente seria ampliada e aprimorada, sendo uma das pistas da avenida poderia ser transformada em uma grande praça, acompanhando o curso d’água. O leque de atividades possíveis seria muito maior que simplesmente a função atual do local, que é a passagem de veículos.



Nesse espaço, haveria, além do que se vê em muitas outras praças (bancos, árvores, comércio ambulante...), escadas para se acessar a margem do rio propriamente dita. É importante observar que a margem não seria igual à existente. A área cimentada daria lugar a elementos os quais transmitem uma sensação mais natural aos passantes em relação ao rio, mesmo que haja muita urbanização ao redor, ou seja, o Arrudas seria contextualizado na cidade, e não descartado dela. Ainda mais além, ele teria que ser revitalizado em si, pois de nada adiantariam todas as intervenções se ele fosse sujo.


Apesar de tal revalorização desse elemento para Belo Horizonte, um problema surgiria: a avenida não comportaria mais a frota que circulava por ela. A solução é criar alternativas de locomoção para quem depende do automóvel. Uma proposta possível é a instalação de uma ciclovia e uma linha de VLT. Além de conviver com o rio de maneira menos degradante, elas poderiam até ser um fator de atração do povo para próximo do Arrudas.









Como seriam o VLT e a ciclovia




A ciclovia e a linha do VLT fariam parte de um mesmo traçado, o qual seguiria sobre o rio tangenciando suas curvas. Assim, tanto o acesso de ciclistas quanto o dos passageiros ocorreria nessas mini estações.
Quanto à estrutura do traçado, A ciclovia funcionaria como uma camada intermediária, enquanto abaixo dela o VLT se deslocaria suspenso na estrutura, percorrendo o mesmo sentido que a correnteza. Nas estações finais, ele se encaixaria em trilhos no solo, ao mesmo tempo que se desvincularia daqueles que o suspendiam. Um elevador o levaria para uma linha superior ao restante do conjunto, onde o veículo leve sob trilho funcionaria do jeito convencional.






O Veículo





Com a dimensão de um bonde convencional, o veículo receberia detalhes destacando a presença do rio Arrudas. Sua parte posterior teria o design de um barco, e suas laterais levariam detalhes para ajudar a provocar nas pessoas a percepção da presença da água e sua importância.
Outra característica peculiar da espécie de VLT proposta é o piso do corredor feito de material transparente. Quando o deslocamento for realizado abaixo da ciclovia, os passageiros poderão apreciar uma vista única do rio. Porém, quando o veículo transitar sob o trilho, essa vista deveria ser bloqueada, pois não provocaria o efeito desejado. Um sistema constituído de um conjunto de faixas metálicas sanfonadas seria uma solução. Assim, quando o veículo estivesse suspenso, estaria aberta, e no caso contrário, fechada.






Autores: Danilo Caporalli e Pedro Silva

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Disse que me disse: Plano Diretor de Iluminação Urbana

Quantas vezes tentei tirar fotos de paisagens interessantes, ou ao menos apreciá-las, e fui atrapalhado por fios de eletricidade? Já perdi as contas. Sempre me incomodei com a presença dessas linhas, por isso quero um dia poder contribuir para minificar tão grade poluição visual.



Por isso, quando vi um artigo no portal virtruvius tratando sobre iluminação Urbana, logo me interessei. Ao decorrer da leitura, observei várias informações interessantes. O texto não se trata dos fios de eletricidade, mas, de certa forma, mostra uma imagem que exemplifica meu pensamento. Apesar de não desenvolver esse tema, como eu esperava a princípio, o conteúdo é muito instigante. Para acessar o artigo na íntegra, acesse o site abaixo.

www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq118/arq118_03.asp